Capítulo IX - As 70 semanas

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Capítulo IX - As 70 semanas

Capítulo IX - As 70 semanas

Daniel no exílio

Daniel estava com seu povo no exílio babilônico. Ele estava estudando as profecias de Jeremias que previam que o exílio duraria 70 anos (Dn 9.2). Visto que o prazo dos 70 anos de exílio estava se cumprindo, Daniel, consciente de que o exílio havia sido uma punição de Deus por causa dos pecados de Israel, começa a interceder pedindo perdão a Deus em nome do seu povo, na esperança de que o castigo de Israel estava para acabar com o final dos 70 anos de cativeiro. A oração de Daniel é ouvida (Dn 9.20-23). Mas, para sua surpresa, ele recebe uma visão de 490 anos (70 Semanas), no final dos quais as bênçãos viriam sobre Israel na pessoa do Ungido (Messias).


Entendendo as 70 semanas


70 semanas foram fixadas a teu povo e à tua cidade santa para dar fim à prevaricação, selar os pecados e expiar a iniqüidade, para instaurar uma justiça eterna, encerrar a visão e a profecia e ungir o Santo dos Santos. Sabe, pois, e compreende isto: desde a declaração do decreto sobre a restauração de Jerusalém até um chefe ungido, haverá  (7 semanas); depois, durante (62 semanas), ressurgirá, será reconstruída com praças e muralhas. Nos tempos de aflição, depois dessas (62 semanas), um ungido será suprimido, e ninguém (será) a favor dele. A cidade [Jerusalém] e o santuário [templo] serão destruídos pelo povo de um chefe que virá. Seu fim (chegará) com uma invasão, e até o fim haverá guerra e devastação decretada.Concluirá com muitos uma sólida aliança por (1 semana) e no meio da semana fará cessar o sacrifício e a oblação; sobre a asa das abominações virá o devastador, até que a ruína decretada caia sobre o devastado. (Daniel 9:24-27)

O inportante é observar que as 70 semanas é desde o decreto da edificação de Jerusalém até a sua destruição novamente, que a cidade de Jerusalém e o templo seria destruidos pelo povo de um chefe que viria durante 7 anos, e dentro deste tempo surgiria o Messias, a edificação de Jerusalém foi em 455 a.C aproximadamente, e sua destruição novamente foi durante o período da revolta Judaico-romana 66-73 d.C, as legiões romanas a comando do general Tito Flávio, (O principe), terminando as 70 semanas.


As 70 Semanas estão dividas em três períodos (v.25):

(1º) Sete Semanas (7x7=49 anos) de reedificação Seguidas por:
(2º) Sessenta e duas semanas (62x7=434 anos) seguida do terceiro e último período:
(3º) Uma semana (1x7=7 anos)

O versículo 26 diz que após as sessenta e duas semanas, ou seja, já dentro da última semana, será morto o ungido, após a morte do ungido ocorreria a destruição de Jerusalém e do templo por um povo de um príncipe que haveria de vir (v.26); período em que surge o assolador (v.27); a visão de Daniel termina com o assolador recebendo o merecido juízo de Deus. Deve-se observar que a visão tem um caráter todo judaico: “70 semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade...” (v.24a). A visão vem em resposta a oração de Daniel por perdão e libertação do povo. Embora a profecia de (Jeremias 25:12) tenha seu cumprimento no retorno do povo à Palestina e reconstrução da cidade e do templo, 70 semanas ainda estão determinadas para libertação espiritual, que só se dará mais tarde com o advento do Messias, que cumprirá todos os seis propósitos da visão. Depois dos dois primeiros períodos (v.26), ou seja, já na última semana, o Messias será morto, o que traz consigo dois resultados distintos:


(1º) justificação e salvação para os fiéis e
(2º) e traz para os infiéis o assolador que sitiará a cidade e destruirá o templo, trazendo muita desolação, tais atrocidades são o resultado da rejeição e da morte do Messias.



70 semanas x 7 dias = 490 dias proféticos = 490 anos literais

Fazendo um cálculo análogo ao anterior a frase "desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até ao Ungido, ao Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas;", mostra que passariam num total de 483 anos:

62 semanas + 7 semanas = 69 semanas
69 semanas x 7 dias = 483 dias proféticos = 483 anos literais

O ponto de partida do cálculo é a revelação feita à Jeremias (Dn 9:25), o término do período é a restauração de Jerusalém e a volta dos exilados. (2Cr 36:22-23 = Esd 1:1-3), Decreto de Ciro em 538 a.C

Lembrando que não há uma exatidão numérica entre os Hebreus, pois eles trabalhavam com números lógicos e perfeitos como (7) e (12), também não há uma exata precisão nas datas, pode haver uma diferença entre (5 a 10) anos, mesmo assim, conseguimos entender perfeitamente que Daniel estava profetizando a redenção de Jesus Cristo na Cruz e a eliminação do véu no Templo ligando o lugar Santo com o lugar Santo dos Santos, fato ocorrido praticamente (483) anos depois da reconstrução da Cidade de Jerusalém. OBS: “Sem levar em consideração que as datas fornecidas podem existir uma diferença de cinco a dez anos.”

O Templo de Jerusalém (em hebraico בית המקדש, beit hamiqdash) é o nome dado ao principal centro de culto do povo de Israel, onde se realizavam as diversas ofertas e sacrifícios conhecidas como o korbanot. O Templo de Jerusalém situava-se no Monte Moriá (também chamado Monte do Templo), ao Norte do Monte Sião. Foi o sucessor do Tabernáculo construído pelo profeta Moisés segundo a revelação divina recebida no Sinai. De acordo com a tradição judaico-cristã, o Primeiro Templo teve sua construção iniciada no terceiro ano do reinado de Salomão e concluída sete anos depois. Segundo a Bíblia, em Reis e em Crônicas foi seu construtor Hirã, que a lenda maçônica narra como sendo Hiram Abiff. Foi saqueado várias vezes e acabou por ser totalmente incendiado e destruído por Nabucodonosor II, em 587 a.C. O Segundo Templo foi reconstruído durante a dominação persa, no mesmo local. Sofreu modificações com o rei Herodes, o Grande. Acabaria também por ser destruído em 70 d.C, desta vez pelas legiões romanas comandadas pelo general Tito. Deste templo atualmente só restou o que conhecemos como o Muro das Lamentações.

O templo de Jerusalém

 

Aproximando-se ainda mais, Jesus contemplou Jerusalém e chorou sobre ela, dizendo: Oh! Se também tu, ao menos neste dia que te é dado, conhecesses o que te pode trazer a paz!... Mas não, isso está oculto aos teus olhos.Virão sobre ti dias em que os teus inimigos te cercarão de trincheiras, te sitiarão e te apertarão de todos os lados;destruir-te-ão a ti e a teus filhos que estiverem dentro de ti, e não deixarão em ti pedra sobre pedra, porque não conheceste o tempo em que foste visitada. (Lucas 19:41-44)


E, dizendo alguns a respeito do templo, que estava ornado de formosas pedras e dádivas, disse:
Quanto a estas coisas que vedes, dias virão em que não se deixará pedra sobre pedra, que não seja derrubada. (Lucas 21:5-6)


Mestre, quando serão, pois, estas coisas?

E que sinal haverá quando (isto) estiver para acontecer”?

(Lucas 21:5-7)


Jesus responde:

“Disse então ele: Vede não vos enganem, porque virão muitos em meu nome, dizendo: Sou eu, e o tempo está próximo. Não vades, portanto, após eles. E, quando ouvirdes de guerras e sedições, não vos assusteis. Porque é necessário que isto aconteça primeiro, mas o fim não será logo. Então lhes disse: Levantar-se-á nação contra nação, e reino contra reino; E haverá em vários lugares grandes terremotos, e fomes e pestilências; haverá também coisas espantosas, e grandes sinais do céu. (Mas ANTES de TODAS ESTAS COISAS) lançarão mão de vós, e vos perseguirão, entregando-vos às (sinagogas) e às prisões, e conduzindo-vos à presença de reis e presidentes, por amor do meu nome. E vos acontecerá isto para testemunho. Proponde, pois, em vossos corações não premeditar como haveis de responder; Porque eu vos darei boca e sabedoria a que não poderão resistir nem contradizer todos quantos se vos opuserem. E até pelos pais, e irmãos, e parentes, e amigos sereis entregues; e matarão alguns de vós. E de todos sereis odiados por causa do meu nome. Mas não perecerá um único cabelo da vossa cabeça. Na vossa paciência possuí as vossas almas. Mas, quando virdes Jerusalém cercada de exércitos, sabei então que é chegada a sua desolação. Então, os que estiverem na (Judéia), FUJAM para os montes; os que estiverem no (meio da cidade) [Jerusalém], SAIAM; e os que nos campos NÃO ENTREM NELA. Porque dias de vingança são estes, para que se cumpram todas as coisas que estão escritas. Mas ai das grávidas, e das que criarem (naqueles dias)! porque haverá grande aperto na terra, e ira sobre este povo. (E cairão ao fio da espada, e para todas as nações serão levados cativos; e Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos dos gentios se completem.) E haverá sinais no sol e na lua e nas estrelas; e na terra angústia das nações, em perplexidade pelo bramido do mar e das ondas. Homens desmaiando de terror, na expectação das coisas que sobrevirão ao mundo; porquanto as virtudes do céu serão abaladas.” (Lucas 21:8-26).

Todos esses sinais foram para a Destruição de Jerusalém, e não para anos antes da volta de Cristo, muitos fazem essa confusão, os discípulos perguntaram: “quais sinais haveria para que (isto) estivesse para se cumprir”, isto o que? (Destruição de Jerusalém e do Templo, ultima semana da profecia de Daniel, e ele disse ainda mais: Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que todas estas coisas aconteçam”.(Mateus 24:34; Marcos 13:30; Lucas 21:32) veja que todas aquelas coisas que Cristo disse anteriormente iria se cumprir na quela geração, que geração? “esta geração”, a geração em que ele estava vivendo, a geração do Século – I, foi nessa geração em que o templo e a cidade de Jerusalém foram destruídos, 66-73 d.C (7 anos), e para provar que todas estas coisas se cumpriram com aquela geração, usarei os relatos de Flávio Josefo, que foi a testemunha ocular que narrou os fatos da destruição de Jerusalém, Josefos nasceu no ano 37 d.C, e morreu no ano 103 d.C (aproximadamente), ele viveu essa guerra, e narrou os fatos que ele viu, a chave para se entender o sermão das oliveiras de Mateus 24, é simplesmente Mateus 24:34-36, ali vemos Jesus profetizando dois eventos diferêntes, um seria a destruição de Jerusalém e do templo cumprindo a profecia de Daniel da última semana o abominável da desolação que esta no lugar santo [templo], e a outra seria a sua segunda vinda, um evento ocorreria durante aquela geração presente, e o outro somente o pai determinará:

Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que todas estas coisas aconteçam.
O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar.
Mas (daquele dia) e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, mas unicamente meu Pai.
(Mateus 24:34-36)


Veja um evento foi profetizado somente para aquela geração, e o outro que é a sua segunda vinda somente o Pai sabe, somente ele irá determinar este tempo, sendo assim Jesus ainda não voltou naquela geração e nem ressuscitou os mortos naquela geração, ele ainda virá, mais somente o Pai irá determinar este dia e hora, portanto por isso ele mandou vigiar porque não sabemos nem o dia e nem a hora em que vem o nosso Senhor, mais sim de fato a sua volta seria após aquela grande tribulação, e ela já aconteceu dentro daqueles 7 anos durante em que a cidade e o templo seria destruidos, Euzébio usa os relatos de Flávio Josefo para explicar o abominável da desolação, e ele mesmo afirma que isto já se cumpriu durante o reinado de Vespasiano, e depois disto ainda sou chamado de preterista, ninguém merece, eu estou sendo realista, e não preterista.

[Euzébio de Cesaréia Livro III, capítulo V [Sobre o último assédio dos judeus depois de Cristo]

 1. Depois de Nero ter exercido o poder durante treze anos, e tendo os reinados de Galba e Oto durado um ano e seis meses, Vespasiano, que havia se distinguido nas operações bélicas contra os judeus, foi nomeado imperador na própria Judéia, após ser proclamado senhor absoluto pelo exército ali acampado. Encaminhando-se então a Roma, pôs em mãos de seu filho Tito a guerra contra os judeus.

2.
Depois da ascensão de nosso Salvador, os judeus acrescentaram ao crime cometido contra ele a invenção de inúmeras ameaças contra seus apóstolos: Estevão foi o primeiro que eliminaram, apedrejando-o [At 7:58-60]; depois dele, Tiago, filho de Zebedeu e irmão de João, a quem decapitaram [At 12:2]; e depois de todos, Tiago, o que depois da ascensão de nosso Salvador foi o primeiro designado para o trono episcopal de Jerusalém e morreu da forma que já descrevemos. E os demais apóstolos sofreram milhares de ameaças de morte e foram expulsos da terra da Judéia. Porém, com o poder de Cristo, que havia-lhes dito: Ide e fazei discípulos de todas as nações em meu nome [Mt 28:19], dirigiram seus passos para todas as nações para ensinar a mensagem.

3.
E não apenas eles. Também o povo da igreja de Jerusalém, por seguir um oráculo enviado por revelação aos notáveis do lugar, receberam a ordem de mudar de cidade antes da guerra e habitar certa cidade da Peréia chamada Pella. Tendo os que creram em Cristo emigrado até lá desde Jerusalém, a partir deste momento, como se todos os homens santos tivessem abandonado por completo a própria metrópole real dos judeus e toda a região da Judéia, a justiça divina alcançou os judeus pelas iniqüidades que cometeram contra Cristo e seus apóstolos, e apagou dentre os homens toda aquela geração de ímpios.

4.
Quem pois quiser saber com exatidão os males que então caíram sobre a nação em todo lugar, e como especialmente os habitantes da Judéia viram-se empurrados ao fundo das calamidades, quantos milhares de jovens, de mulheres e de crianças morreram pela espada, pela fome, e inúmeras outras formas de morte, e quantas e quais cidades da Judéia foram sitiadas, e também quantos horrores e pior do que horrores atingiram os que se refugiaram na mesma Jerusalém, por ser um metrópole muito fortificada, assim como a índole de toda a guerra, os acontecimentos que nela se sucederam e como, finalmente, a abominação da desolação anunciada pelos profetas se instalou no próprio templo de Deus, tão célebre antigamente, que sofreu todo tipo de destruição e, por último, foi aniquilado pelo fogo: tudo isso encontrará na narrativa escrita por Josefo.

5.
Mas é necessário assinalar que este mesmo autor refere que o número dos que se concentraram nos dias da festa da Páscoa, vindos de toda a Judéia para Jerusalém, como num cárcere, para usar suas palavras, era de uns três milhões. 

6. Era necessário pois, que nos dias em que causaram a paixão do Salvador e benfeitor de todos e Cristo de Deus, nestes mesmos, encerrados como num cárcere, recebessem a ruína que os alcançava da justiça de Deus.

7. Mas passando por alto o que lhes sobreveio e o que lhes foi feito pela espada e de outras maneiras, acho necessário apresentar apenas as calamidades causadas pela fome, para que os que leiam este escrito possam saber em parte como não tardou muito para que os alcançasse o castigo divino por seu crime contra o Cristo de Deus.


[Euzébio de Cesaréia Livro III, capítulo VI [Sobre a fome que oprimiu os judeus]

 1. Assim pois, se tomas outra vez em tuas mãos o livro V das Histórias de Josefo, leia a tragédia que lhes aconteceu então: "Para os ricos - diz - ficar era o mesmo que perder-se, pois, sob pretexto de que deserdavam, assassinavam qualquer um pelos seus bens. Com a fome crescia o desespero dos rebeldes, e dia a dia uma e outro se acendiam terrivelmente.

2. O trigo estava invisível, mas eles invadiam as casas e as revistavam. Então, se o encontravam, maltratavam-nos por ter negado; se não o encontravam, torturavam-nos por tê-lo escondido tão cuidadosamente. A prova de ter ou não ter eram os corpos dos desgraçados: os que ainda se agüentavam em pé pareciam ter alimentos em abundância; os que já estavam consumidos eram deixados em paz: parecia fora de propósito matar alguém que logo morreria de inanição.

3. Muitos davam secretamente seus bens em troca de uma medida de trigo se eram ricos; de cevada os mais pobres. Trancavam-se no mais oculto de suas casas e, impelidos pela necessidade, uns comiam o trigo cru; outros o coziam à medida que a necessidade e o medo ditavam.

4. Não se punha a mesa, antes, tiravam do fogo a comida ainda crua e a devoravam. O alimento era miserável e o espetáculo deplorável: os mais fortes tomando tudo e os fracos lamentando-se.

5. A fome excede todos os sofrimentos, mas nada ela destrói mais do que o senso de dignidade, pois o que em outro tempo seria tido como digno de respeito é depreciado em tempo de fome. Assim, as mulheres tiravam os alimentos da própria boca dos maridos, os filhos da de seus pais e, o que é demasiado lamentável, as mães das bocas de seus filhos, e enquanto os seres mais queridos se consumiam entre suas mãos, nada os refreava de tirar-lhes as últimas gotas que os permitiam viver.

6. Mas, mesmo sendo esta sua comida, não permanecia oculta. Por toda parte caíam-lhes em cima os rebeldes em busca dessa presa. Quando viam uma casa fechada, era sinal de que os ocupantes tinham conseguido comida, e imediatamente arrombavam as portas e se precipitavam para dentro, e só lhes faltava apertar as gargantas e arrancar-lhes o bocado.

7. Golpeavam os anciãos que não soltavam seus alimentos e arrancavam o cabelo das mulheres que escondiam o que tinham nas mãos. Não havia compaixão nem pelos velhos nem pelas crianças, mas levantavam as crianças que seguravam seu bocado e as deixavam cair contra o solo. Com aqueles que, adiantando-se a seu ataque, engoliam antes o que tentariam tirar-lhes, eram ainda mais cruéis, como se tivessem sofrido uma injustiça.

8. Usavam espantosos métodos de tortura para descobrir comida: obstruíam a uretra dos desgraçados com grãos de legumes e trespassavam-lhes o reto com varas pontiagudas. Padeciam-se tormentos que espantam apenas por ouvi-los, até confessar a posse de um único pedaço de pão e descobrir um só punhado de farinha escondida.

9. Mas os torturadores não passavam fome alguma - sua crueldade seria menor se atendesse a uma necessidade -, mas exercitavam seu louco orgulho e iam ajuntando provisões para os dias vindouros.


10.
Seguiam os que à noite se arrastavam até os postos romanos para recolher legumes silvestres e ervas. Quando estes pensavam que já haviam escapado dos inimigos, aqueles tiravam-lhes o que levavam, e muitas vezes, se os infelizes suplicavam invocando pelo terrível nome de Deus que lhes deixassem uma parte do que com tanto perigo tinham trazido, não lhes deixavam nem isto, e ainda podiam dar-se por satisfeitos se, além de serem despojados, não eram assassinados."

11. A isto, depois de outras coisas, acrescenta: "Com o êxodo cortou-se para os judeus também toda esperança de salvação, e a fome, abatendo-se sobre cada casa e cada família, ia devorando o povo. Os terrenos enchiam-se de mulheres e de crianças de peito mortos, e as vielas de cadáveres de anciãos.

12. Rapazes e jovens, inchados, vagavam pelas praças como espectros e caíam mortos onde a dor os colhesse. Os doentes não tinham forças para enterrar seus parentes, e os que teriam podido negavam-se, por serem tantos os mortos e pela incerteza de seu próprio destino. De fato, muitos caíam mortos junto aos que tinham acabado de enterrar, e muitos iam a sua tumba antes que a necessidade o impusesse.

13. Não havia lamentos nem choro por estas calamidades: a fome afogava os sentimentos, e os que lentamente morriam contemplavam com olhos secos os que morriam antes deles. Um silêncio profundo e uma noite carregada de morte envolviam a cidade. E pior do que tudo isto eram os ladrões.


14.
Penetravam nas casas como ladrões de tumbas, despojavam os cadáveres e, depois de arrancar ospanos que cobriam os corpos, iam embora entre risadas. Testavam o fio de suas espadas nos cadáveres e, provando o ferro, atravessavam alguns, que já caídos, ainda viviam. Mas se alguém lhes pedia que utilizassem nele sua força e sua espada, desdenhavam-no e abandonavam-no à fome. E todo o que expirava olhava fixamente para o templo, porque deixava vivos atrás de si os rebeldes.

15. Estes, no começo, por não suportar o fedor, mandavam enterrar os mortos às custas do tesouro público, mas logo, quando não davam mais conta, atiravam-nos sobre as muralhas aos barrancos. Quando Tito fez a ronda por aqueles barrancos e viu que estavam repletos de cadáveres e o espesso líquido escuro que manava por debaixo dos cadáveres em putrefação, pôs-se a gemer e levantando as mãos tomava a Deus por testemunha de que aquilo não era obra sua."

16. Depois de acrescentar mais algumas coisas, continua dizendo: "Eu não poderia deixar de expressar o que o sentimento me ordena: creio que, se os romanos tivessem demorado em sua ação contra os culpados, o abismo teria engolido a cidade, ou as águas a teriam submergido, ou teria sido alcançada pelos raios de Sodoma, pois a geração que continha era muito mais ímpia do que as que sofreram estes castigos. E pela demência criminosa destas pessoas, o povo inteiro pereceu com elas."

17. E no livro VII escreve o seguinte: "Foi infinito o número dos que pereceram na cidade por fome, e os padecimentos eram indizíveis. Em cada casa havia guerra como se aparecesse em um canto uma sombra de comida, e os que mais se queriam entre si pegavam-se aos tapas para tirar o miserável sustento da vida. Nem sequer nos moribundos confiava a necessidade.

18. Os ladrões revistavam inclusive os que estavam expirando, para que alguém não escondesse alimentos sob a roupa e fingisse estar morto. Outros, com a boca aberta por efeito da desnutrição, andavam cambaleando e desancados como cães raivosos e empurravam as portas como fazem os bêbados e, em sua impotência, entravam nas mesmas casas duas ou três vezes em uma só hora.

19. A necessidade fazia com que levassem tudo à boca, e quando recolhiam alimentos até indignos dos animais irracionais mais repugnantes, levavam-no para comer escondido, a assim acabaram por não abster-se nem dos cintos e dos calçados, tiravam as peles de seus escudos e as mastigavam. Para alguns até fiapos de ervas velhas eram alimento, outros recolhiam fibras de plantas e vendiam uma porção mínima por quatro dracmas áticos.

20. E o que haveria para dizer sobre a impudência das pessoas presas do desânimo? Porque vou mostrar uma obra sua que não está narrada nem entre os gregos nem entre os bárbaros, espantosa de dizer, incrível de escutar. Eu pelo menos, para não dar a impressão de que estou inventando para a posteridade, de bom grado omitiria esta calamidade se não tivesse uma infinidade de testemunhos contemporâneos meus. Além disso prestaria pouco serviço a minha pátria se renunciasse a relatar os males que de fato padeceram.

21. Uma mulher das que habitavam na outra margem do Jordão, chamada Maria, filha de Eleazar, da aldeia de Batezor - nome que significa "casa de hissôpo" - notável por suas riquezas e sua linhagem, fugiu para Jerusalém com o resto da multidão e com esta compartilhava o assédio.

22. Os tiranos tiraram-lhe todos os bens que havia reunido e levado consigo à cidade desde Peréia. O resto de seu enxoval e o pouco alimento que encontraram foi sendo roubado por pessoas armadas que entravam a cada dia. Foi grande a indignação daquela pobre mulher, que muitas vezes injuriava e maldizia os ladrões para excitá-los contra si mesma.

23. Mas como ninguém a matava, movidos pela ira ou pela compaixão, e cansada de buscar alimentos para outros, que já eram impossíveis de encontrar em parte alguma, com as entranhas e a medula trespassadas pela fome, tomou como conselheiras a cólera e a necessidade e se lançou contra a natureza, agarrou o filho que tinha - criança ainda de peito - e disse:

24. Criatura desgraçada! Em meio à guerra, à fome e à revolta, para quem vou guardar-te? Entre os romanos, se por acaso cairmos vivos em suas mãos, a escravidão; mas a fome se antecipa à própria escravidão e os rebeldes são ainda piores do que ambas as coisas. Eia! Seja alimento para mim, maldição para os rebeldes e fábula para o mundo: a única coisa que faltava às calamidades dos judeus!


25.
E enquanto dizia estas coisas, deu morte a seu filho. Depois assou-o e comeu a metade; o resto guardou escondido. Em seguida apareceram os rebeldes, e farejando a ímpia exalação, ameaçaram a mulher de degolá-la imediatamente se não lhes mostrasse o que tinha preparado. Ela então lhes disse que para eles guardara uma boa porção e revelou o que restava de seu filho.

26. O horror e o pasmo surpreendeu-os na hora e ficaram cravados no lugar diante daquele espetáculo. Mas ela disse: é meu próprio filho e eu o fiz. Comei, pois também eu comi. Não sejais mais brandos do que uma mulher nem mais compassivos do que uma mãe. Mas se por escrúpulos piedosos recusais meu sacrifício, eu já comi por vós, fique o resto também para mim.

27. Depois disto, aqueles foram-se tremendo: foi a única vez em que se acovardaram e que, de malgrado, cederam à mãe tal comida. Em seguida a cidade inteira encheu-se de horror, e todo o mundo estremeceu ao ser-lhe apresentado frente aos olhos aquele crime como sendo seu próprio.

28. E entre os esfomeados havia pressa para morrer e uma certa inveja pelos que haviam se adiantado morrendo antes de ouvir e contemplar semelhantes horrores."
Esta foi a recompensa dos judeus por sua iniqüidade e impiedade para com o Cristo de Deus.



[Euzébio de Cesaréia Livro III Capítulo VII [Sobre as profecias de Cristo]

1. É justo acrescentar a pregação infalível de nosso Salvador pela qual mostrava estas mesmas coisas quando profetizava assim: “AÍ das que estiverem grávidas e das que amamentarem naqueles dias! Orai para que a vossa fuga não se dê no inverno, nem no sábado; porque nesse tempo haverá grande tribulação, como desde o princípio do mundo até agora não tem havido, nem haverá jamais” [Mt 24:19-21]

2. Somando o número total de mortos, o escritor diz que pela fome e pela espada pereceram um milhão e cem mil pessoas; que os rebeldes e bandidos que ainda sobraram foram se denunciando uns aos outros depois da tomada da cidade e foram executados; que os jovens mais esbeltos e que sobressaíam por sua beleza física foram reservados para a cerimônia do "triunfo", e do resto da população, os que passavam de dezessete anos, uns eram enviados acorrentados aos trabalhos forçados no Egito, e outros, mais numerosos, foram distribuídos pelas províncias para fazê-los perecer nos teatros pela espada ou pelas feras; e os que ainda não tinham chegado aos dezessete anos eram conduzidos cativos para serem vendidos. Somente destes o número dava um total de uns noventa mil.

3. Estes acontecimentos ocorreram deste modo no segundo ano do império de Vespasiano, segundo as predições de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, que, por seu divino poder, havia visto de antemão estas mesmas coisas como se já estivessem presentes e havia chorado e soluçado, segundo a Escritura dos sagrados evangelistas, que inclusive acrescentam suas próprias palavras: umas, as que disse dirigindo-se à mesma Jerusalém:

4. “
Se tu conheceras ao menos neste dia o que diz respeito a tua paz! Mas agora está oculto aos teus olhos. Porque virão dias sobre ti, e teus inimigos te rodearão de paliçadas, te cercarão e por todos os lados te apertarão. E te assolarão a ti e a teus filhos” [Lc 19:42-44]

5. E outras como referindo-se ao povo: Porque haverá grande necessidade sobre a terra e ira contra este povo. E cairão ao fio da espada e serão levados cativos a todas as nações. E Jerusalém será pisoteada pelos gentios, até que sejam cumpridos os tempos destes povos” [Lc 21:23-24]. E outra vez: E quando virdes Jerusalém cercada por exércitos, sabei então que terá chegado sua desolação” [Lc 21:23-24].

6.
Se alguém comparar as palavras de nosso Salvador com os demais relatos do escritor acerca da guerra inteira, como não ficar admirado e confessar como verdadeiramente divinas e sobrenaturalmente prodigiosas a presciência e a predição de nosso Salvador?

7. Portanto, sobre o acontecido à nação inteira depois da paixão do Salvador e dos gritos com os quais a plebe judia pediu para livrar da morte o ladrão e assassino e suplicou que tirassem de seu meio o autor da vida, não haverá necessidade de acrescentar nada à narrativa.

8. Contudo, seria justo acrescentar o que poderia ser significativo sobre o amor da divina providência aos homens, pois retardou a destruição dos culpados durante quarenta anos completos depois de seu crime contra Cristo. Durante estes anos, numerosos apóstolos e discípulos, e o próprio Tiago, primeiro bispo dali e chamado irmão do Senhor, que ainda viviam e moravam na mesma cidade de Jerusalém, mantinham-se fiéis ao lugar como fortíssima muralha.

9. A providência divina até aquele momento mostrava sua grande paciência, para o caso de que se arrependessem de seu feito e alcançassem assim o perdão e a salvação; e como se tal longanimidade fosse pouco, deixava ver sinais divinos extraordinários do que lhes sucederia se não se arrependessem. Também estes sinais foram considerados notáveis pelo autor citado. Nada melhor do que oferecê-los aos que lêem esta obra.


[Euzébio de Cesárea Livro III Capítulo VIII [Dos sinais que precederam a guerra]

1. Toma pois, e lê o que apresenta no livro VI de suas Histórias com estas palavras:

"Naquele tempo os impostores e os que levantavam tais calúnias contra Deus pervertiam o povo miserável, de forma que nem percebiam nem davam crédito a tais prodígios bem claros que anunciavam de antemão a iminente desolação; antes, como se aturdidos por um raio e como se não tivessem olhos nem alma, faziam ouvidos surdos às mensagens de Deus.

2. Estas foram: um astro que se deteve sobre a cidade, semelhante a uma espada de dois gumes, e um cometa que durou todo um ano.
Outra vez foi quando, antes da insurreição e dos distúrbios que levaram à guerra, estando o povo reunido para celebrar a festa dos ázimos, no oitavo dia do mês de Jantico, à nona hora da noite, brilhou sobre o altar e o templo uma luz tão grande que poder-se-ia pensar que era dia, e isto durou uma meia hora. Aos ignorantes poderia parecer um bom sinal, mas os escribas interpretaram-no corretamente antes que os fatos ocorressem.

3. E na mesma festa, uma vaca que o sumo sacerdote conduzia ao sacrifício pariu um cordeiro no meio do templo.

4. E a porta oriental do interior, que era de bronze e muito pesada, e que havia sido fechada ao anoitecer com dificuldade por vinte homens que a trancaram solidamente com ferrolhos presos com ferro, além de ter gonzos profundos, abriu-se sozinha à sexta hora da noite.

5. E passada a festa, não muito depois, no vigésimo primeiro dia de Artemisio, apareceu um fantasma demoníaco de tamanho incrível. E o que se passará a dizer poderia parecer mentira se não tivesse sido contado pelos mesmos que o viram e se os sofrimentos que se seguiram não fossem dignos destes sinais. De fato, antes do pôr-do-sol, apareceram pelo ar em redor de toda a região carros e falanges armadas que se lançavam através das nuvens e rodeavam as cidades.

6. E na festa chamada Pentecostes, à noite, entrando os sacerdotes no templo, como de costume, para exercer suas funções, dizem que primeiramente perceberam movimento e ruído de golpes, e logo um grito em uníssono: Saiamos daqui!

7.
E o que é mais terrível: um homem chamado Jesus, filho de Ananías, homem simples, camponês, quatro anos antes da guerra, quando a cidade desfrutava da maior paz e do máximo esplendor, veio à festa, pois era costume que todos erigissem tendas em honra a Deus (
Era portanto a festa dos Tabernáculos (Setembro-Outubro), e de repente começou a gritar pelo templo: Voz do oriente! Voz do ocidente! Voz dos quatro ventos! Voz sobre Jerusalém e sobre o templo! Voz dos recém-casados e casadas! Voz sobre todo o povo! Dia e noite gritava isto por todas as vielas.

8. Mas alguns cidadãos notáveis, irritados pelo mau agouro, prenderam o homem e maltrataram-no, enchendo-o de feridas. Mas ele, que não falava em proveito próprio nem por conta própria,
continuava gritando aos presentes o mesmo que antes.

9. Pensando então os chefes que a agitação daquele homem era algo demoníaco, conduziram-no ante o procurador romano [Luceius Albinus, procurador entre 62 e 64]. Ali, dilacerado com açoites até os ossos, não suplicou nem derramou uma lágrima, mas, tornando sua voz tão chorosa quanto possível, a cada ferida respondia: Ai, ai de Jerusalém!" 10. Comenta o mesmo Josefo outro fato mais extraordinário. Diz que nas escrituras sagradas encontrou-se um oráculo com este conteúdo: que naquele tempo alguém saído de seu país regeria o mundo. O próprio Josefo concluiu que o oráculo tinha sido cumprido em Vespasiano [Não se sabe em que passagem da escritura poderia encontrar-se este oráculo]. 11. Mas este não governou a todo o mundo, mas somente à parte submetida aos romanos. Seria pois mais justo referi-lo a Cristo, a quem o Pai havia dito:Pede-me e te darei nações como herança e os confins da terra como tua possessão” [Sl 2:8] Pois bem, por este mesmo tempochegara a toda a terra a voz dos santos apóstolos e aos confins do mundo suas palavras” [Rm 10:18]



Arco de Tito

 

O Arco de Tito é um arco triunfal, erigido em comemoração à conquista de Jerusalém pelo imperador Tito Flávio, filho de Vespasiano. Tito comandou as legiões romanas que ocuparam a capital da Judeia em 1 de agosto de 67 d.C. Com esta ocupação, teve início a destruição do Templo de Jerusalém, que seria concluída no ano 70 d.C., acontecimento que foi considerado a realização de uma das profecias de Jesus Cristo. Vê-se esculpido no arco: a mesa do pão ázimo, as trombetas de prata e a Menorá, o candelabro de 7 braços, símbolos do judaísmo. Inteiramente em mármore, o Arco de Tito é o mais célebre de Roma. Situa-se no Fórum Romano e foi construído em 81 d.C., medindo 15,4 m de altura, 13,5m de largura e 4,75 de profundidade.

Nele consta a seguinte inscrição:

 

SENATVS POPVLVSQVE·ROMANVS DIVO·TITO·DIVI·VESPASIANI·F(ILIO) VESPASIANO·AVGVSTO

 

Isto é: "O Senado e o povo romano [dedicam] ao divino Tito Vespasiano Augusto, filho do divino Vespasiano".

Arco de Tito

 

Arco de Tito


Espada do ano 70 d.C. é encontrada em Jerusalém


Uma espada romana da época do Segundo Templo judaico foi encontrada recentemente em Jerusalém, informaram nesta segunda-feira (8) arqueólogos israelenses. Segundo um comunicado do epartamento israelense de Antiguidades, a espada mede 60 centímetros e foi encontrada junto a seu estojo de couro na semana passada nas escavações de um antigo canal de 2.000 anos na cidade de David, no bairro árabe de Silwan, ao sul das muralhas da Cidade Santa de Jerusalém. Segundo a mesma fonte, esse canal permitia abastecer com água da chuva a piscina bíblica de Siloé e 'servia de refúgio aos habitantes de Jerusalém que fugiam dos romanos durante a destruição do Segundo Templo'.'Aparentemente, a espada pertencia a um soldado da guarnição romana mobilizada em Israel antes do início da Grande Revolta dos judeus contra os romanos no ano 66 da era cristã', segundo o comunicado, informando  que tanto a espada como o estojo encontram-se em bom estado de conservação.  Esse anúncio ocorre quando nesta segunda-feira os judeus iniciam um jejum de 25 horas para lembrar o nono dia do mês Av, data na qual se lembra a destruição do Primeiro e do Segundo Templo de Jerusalém.  O Primeiro Templo foi construído pelo rei Salomão e foi destruído pelas tropas do rei Nabucodonosor da Babilônia em 9 de Av de 586 a.C., enquanto que o Segundo Templo, erguido pelo rei de Herodes, foi destruído no mesmo dia pelo imperador romano Tito em 70 d.C. O 9 de Av é considerado um dos dias mais tristes do calendário judaico



Espada do ano 70 d.C

Muro foi destruído pelos romanos no ano 70 da Era Cristã

Muro foi destruído pelos romanos no ano 70 da Era Cristã

 

Muro das Lamentações

O Muro das Lamentações, ou Muro Ocidental, (Qotel HaMa'araviהכותל המערבי em hebraico), é o local mais sagrado do judaísmo. Trata-se do único vestígio do antigo templo de Herodes, erguido por Herodes o Grande no lugar do Templo de Jerusalém inicial. Foi destruído por Tito no ano de 70 d.C. Muitos fieis judeus visitam o Muro das Lamentações para orar e depositar seus desejos por escrito. Antes da sua reabilitação por Israel, após a Guerra dos Seis Dias, em 1967, o local servia de depósito para incineração de lixo. Os restos que hoje existem datam da época de Herodes o Grande, que mandou construir grandes muros de contenção em redor do Monte Moriá, ampliando a pequena esplanada sobre a qual foram edificados o Primeiro e o Segundo Templo de Jerusalém, formando o que hoje se designa como a Esplanada das Mesquitas. O Primeiro Templo, ou Templo de Salomão, foi construído no século X a.C., e derrubado pelos babilónios em 586 a.C.. O Segundo Templo, entretanto, foi construído por Zorobabel após o Exílico Babilônico, e voltou a ser destruído pelos romanos no ano 70 da nossa era, durante a Grande Revolta Judaica 66-73 d.C. Deste modo, cada templo esteve erguido durante 400 anos. E assim foi Quando as legiões do imperador Tito destruíram o templo, só uma parte do muro exterior ficou em pé. Tito deixou este muro para que os judeus tivessem a amarga lembrança de que Roma vencera a Judeia (daí o nome de Muro das Lamentações). Os judeus, porém, atribuíram-no a uma promessa feita por Deus, segundo a qual sempre ficaria de pé ao menos uma parte do sagrado templo como símbolo da sua aliança perpétua com o povo judeu. Os judeus têm pregado frente a este muro durante os derradeiros dois milênios, crendo que este é o lugar acessível mais sagrado da Terra, já que não podem aceder ao interior da Esplanada das Mesquitas, que seria ainda mais sagrado.


O muro das lamentações

 


Se quisermos considerar tudo o que acabo de dizer, veremos que os homens perecem somente por própria culpa, pois não há meios de que Deus não se sirva para procurar-lhes a salvação e manifestar-lhes por diversos sinais o que eles devem fazer. Assim, os judeus, depois da tomada da fortaleza Antônia, reduziram o Templo a um quadrado embora não pudessem ignorar o que está escrito nos livros sagrados, que a cidade e o Templo seriam destruídos quando aquilo viesse a acontecer. Mas o que os levou principalmente a encetar aquela infeliz guerra, foi a ambigüidade de outra passagem da mesma Escritura, que dizia que se veria naquele tempo, um homem de seu país, governar toda a terra. Eles o interpretavam em seu favor e vários até mesmo dos mais hábeis enganaram-se. Pois aquele oráculo dizia que Vespasiano, então, fora criado imperador, quando estava na Judéia. Mas eles explicavam todas essas predições, segundo sua fantasia e só conheceram seus erros, quando ficaram completamente convencidos da sua inteira ruína e destruição. (Flávio Josefo Guerra dos Judeus Livro VI parágrafo 476 capítulo 31)



Cumprimento da profecia de Jesus (Destruição de Jerusalém)






Autor: Leonardo Soares

Referencias bibliográficas:
Bíblia João Ferreira de Almeida.
Flavio Josefo livro Guerra dos Judeus.
Euzébio de Cesaréia História Eclesiástica.