Os acontecimentos profetizados pelo mensageiro neste capítulo foram cumpridos e registrados na história secular com supreendente exatidão. Da mesma forma que na visão anterior esta também tratou de apenas dois dos quatro reinos, Pérsia e Grécia, Ptolomeus e Selêucidas, até a chegada de Antíoco Epífâneo, embora a preocupação principal fosse o período de opressão do povo de Deus
Eu, pois, no primeiro ano de Dario, o medo, levantei-me para animá-lo e fortalecê-lo. E agora te declararei a verdade: Eis que ainda três reis estarão na Pérsia, e o quarto acumulará grandes riquezas, mais do que todos; e, tornando-se forte, por suas riquezas, suscitará a todos contra o reino da Grécia. (Daniel 11:1-2)
Quatro outros reis surgiriam na Pérsia depois de Círo, foram eles:
(1º) Cambises (530-522 a.C) filho de Ciro
(2º) Falso Smérdis (522 a.C) um impostor que governou por 7 meses
(3º) Dario I (522-486 a.C) Ciro e Dario I fizeram decretos para reconstruir o templo de Jerusalém.
(4º) Xerxes (486-465 a.C) o Assuero do livro de Ester. que era forte e rico e provocou distúrbio contra a Grécia. O filho de Xerxes, Artexerxes, foi quem emitiu o terceiro e último decreto para “restaurar e reconstruir Jerusalém” (Exdras 7).
Depois se levantará um rei valente, que reinará com grande domínio, e fará o que lhe aprouver. Mas, estando ele em pé, o seu reino será quebrado, e será repartido para os quatro ventos do céu; mas não para a sua posteridade, nem tampouco segundo o seu domínio com que reinou, porque o seu reino será arrancado, e passará a outros que não eles. (Daniel 11:3-4)
O rei poderoso da Grécia era Alexandre, o Grande, cujo reino foi dividido entre quatro dos seus generais (Dn 7:6), em (Daniel 7:6), existem quatro cabeças no leopardo, e quatro assas, representando as quatro divisões do reino de Alexandre. Em (Daniel 8:8), havia quatro chifres para representar essa divisão, o bode peludo é o rei da Grécia (Daniel 8:21), o Grande chifre esta falando de Alexandre o Grande, Aqui, neste capítulo 11:4, são quatro ventos, ou quatro pontos cardeais. Sabemos que o império de Alexandre foi dividido entre os seus quatro generais: Lisimaco, Cassandro, Ptolomeu e Seleuco. Um deles, Ptolomeu, instalou-se ao Sul. Exatamente no Egito, que fica ao Sul da Palestina, que caiu sob o domínio dos Ptolomeus, o “rei do Sul”. Ao Norte e a leste da Palestina ficava a Sítia, sob o domínio dos Selêucidas, o “rei do Norte”. A terra dos Judeus ficava no meio à deles e sofreu nas mãos dessas forças políticas adversárias, embora sob o controle dos Ptolomeus os Judues tivessem, ao menos, liberdade de praticar a sua fé. O poderoso rei da Grécia (Alexandre Magno) enfrentaria o Rei do Império Medos e Pérsia (8:5-21). mas seu reino mais tarde seria partido em quatro (Dn 7:6; 8:22-25; 11:4) . A exatidão profética é admirável. Depois da morte de Alexandre, sua esposa e seu filho foram mortos, assim sua posteridade não recebeu nenhum império. O reino foi repartido em quatro divisões:
(1º) Seleuco: fundou o Império Selêucida [Reis do Norte – Síria]
(2º) Cassandro: tomou a Macedônia
(3º) Lisimaco: tomou a Trácia
(4º) Ptolomeu I: governou o Egito [Reis do Sul - Egíto]
O conflito siro-egípcio [11:5-19]
E será forte o rei do sul; mas um dos seus príncipes será mais forte do que ele, e reinará poderosamente; seu domínio será grande. (Daniel 11:5)
O Sul é o Egito (veja v.8), e seu rei, Ptolomeu I, era um chefe forte, mas um outro príncipe de Alexandre era ainda mais forte. Este parece ser Seleuco I Nicator, rei do Norte (Síria). Judá se tornou uma espécie de bola jogada para a frente e para trás entre estas duas potências dominantes.
Mas, ao fim de alguns anos, eles se aliarão; e a filha do rei do sul virá ao rei do norte para fazer um tratado; mas ela não reterá a força do seu braço; nem ele persistirá, nem o seu braço, porque ela será entregue, e os que a tiverem trazido, e seu pai, e o que a fortalecia naqueles tempos. Mas de um renovo das raízes dela um se levantará em seu lugar, e virá com o exército, e entrará na fortaleza do rei do norte, e operará contra eles, e prevalecerá. Também os seus deuses com as suas imagens de fundição, com os seus objetos preciosos de prata e ouro, levará cativos para o Egito; e por alguns anos ele persistirá contra o rei do norte. (Daniel 11:6-8)
A filha do rei do Sul: foi uma infeliz testa-de-ferro no jogo de alianças políticas. A profecia veio a ser cumprida pela filha de Ptolomeu II, a princesa egípcia (Berenice) foi dada em casamento ao filho do rei no Norte (Antíoco II) da Síria (Norte) num esforço para formar uma aliança entre estas duas potências, entre o Egíto (Sul) e Síria (Norte) Mas não deu certo porque a esposa que Antíoco afastou (Laodice) acumpliciou-se para matar Berenice. Por ter sido, subsequente assassinada pela ex-mulher do marido, ela não conservou “a força do seu braço” Contudo, um irmão dela (“renovo da linhagem dela”), Ptolomeu III, veio e batalhou com sucesso contra o Síria (Norte) e levou cativos na volta para o Egito, e prevaleceu, vingando a morte da irmã e conquistando parte da Síria.
E entrará no reino o rei do sul, e tornará para a sua terra. Mas seus filhos intervirão e reunirão uma multidão de grandes forças; e virá apressadamente e inundará, e passará adiante; e, voltando levará a guerra até a sua fortaleza. Então o rei do sul se exasperará, e sairá, e pelejará contra ele, contra o rei do norte; este porá em campo grande multidão, e aquela multidão será entregue na sua mão. (Daniel 11:9-11)
O rei do Norte ataca o rei do Sul, sem sucesso; por isso ele voltou para casa. Seus filhos, estimulados com isto, invadem o Egito com um grande exército. Contudo eles também foram batidos e, de fato, muitos são levados cativos.
A multidão será tirada e o seu coração se elevará; mas ainda que derrubará muitos milhares, contudo não prevalecerá. Porque o rei do norte tornará, e porá em campo uma multidão maior do que a primeira, e ao fim dos tempos, isto é, de anos, virá à pressa com grande exército e com muitas riquezas. (Daniel 11:12-13)
O rei do Egito orgulha-se de si devido ao seu grande sucesso, mas seu tempo de jactância dura pouco, pois o rei do Norte retorna com um exército maior, melhor equipado.
E, naqueles tempos, muitos se levantarão contra o rei do sul; e os violentos dentre o teu povo se levantarão para cumprir a visão, mas eles cairão. E o rei do norte virá, e levantará baluartes, e tomará a cidade forte; e os braços do sul não poderão resistir, nem o seu povo escolhido, pois não haverá força para resistir. O que, pois, há de vir contra ele fará segundo a sua vontade, e ninguém poderá resistir diante dele; e estará na terra gloriosa, e por sua mão haverá destruição. (Daniel 11:14-16)
O Rei Selêucida Antíoco III [Rei do Norte], depois de várias tentativas, teve sucesso em vencer Ptolomeu V, do Egito (Rei do Sul). O controle da “terra gloriosa” (Palestina) passou do Egito (Sul) para a Síria (Norte). Essas mudanças políticas também significaram mudanças drásticas para os Judeus, pois o novosumo sacerdote estava decidido a transformar Jerusalém em uma cidade grega. Grandes tumultos e muita resistência seguiram-se quando os Judeus recusaram o que consideravam ser costumes pagãos. Parecia a certos judeus (“dados à violência dentre o teu povo”) que o Egito estava para cair, por isso eles se revoltaram e se juntaram em esforço para derrubar o Egito. Mas não conseguiram, pois quando o rei da Síria derrubou o Egito, ele também veio contra a “terra gloriosa” (Palestina), e ninguém foi capaz de resistir-lhe.
E dirigirá o seu rosto, para vir com a potência de todo o seu reino, e com ele os retos, assim ele fará; e lhe dará uma filha das mulheres, para corrompê-la; ela, porém, não subsistirá, nem será para ele. (Daniel 11:17)
Uma Jovem era filha do rei do Norte [Síria] (Antíoco, o Grande), Cleópatra, que ele deu em casamento a Ptolomeu V do Egito [Rei do Sul], esta é a segunda menção, no livro de Daniel, de um casamento político (veja V.6), tentou estabelecer-se dando sua filha em casamento num esforço para manter uma aliança com o Egito; porém ela se volta contra ele, sendo leal ao seu esposo antes que a seu pai.
Depois virará o seu rosto para as ilhas, e tomará muitas; mas um príncipe fará cessar o seu opróbrio contra ele, e ainda fará recair sobre ele o seu opróbrio. Virará então o seu rosto para as fortalezas da sua própria terra, mas tropeçará, e cairá, e não será achado. (Daniel 11:18-19)
Ele então volta sua atenção para as ilhas do Mediterrâneo e consegue capturar muitas, mas logo seus avanços são impedidos e ele tropeça e cai.
A ascensão de Antíoco IV Epifânio [Rei do Norte - Síria]
E em seu lugar se levantará quem fará passar um arrecadador pela glória do reino; mas em poucos dias será quebrantado, e isto sem ira e sem batalha. Depois se levantará em seu lugar um homem vil, ao qual não tinham dado a dignidade real; mas ele virá caladamente, e tomará o reino com engano. (Daniel 11:20-21)
O “homem vil” que obtém o reino por manobra política (“intrigas”) é Antíoco Epifânio, que governou a Síria de 175 a 164 a.C. Este é o mesmo chamado “chifre menor” em (Daniel 8:9-12).
E com os braços de uma inundação serão varridos de diante dele; e serão quebrantados, como também o príncipe da aliança. (Daniel 11:22)
Com grande força ele consegue derrubar o príncipe da aliança, provavelmente se referindo ao sumo sacerdote. Nos anos de 169 - 167 a.C., Antíoco tomou a cidade de Jerusalém e saqueou o templo. E, depois do concerto com ele, usará de engano; e subirá, e se tornará forte com pouca gente.
Virá também caladamente aos lugares mais férteis da província, e fará o que nunca fizeram seus pais, nem os pais de seus pais; repartirá entre eles a presa e os despojos, e os bens, e formará os seus projetos contra as fortalezas, mas por certo tempo. (Daniel 11:23-24)
Submetendo pequenos grupos, um de cada vez, Antíoco se tornou progressivamente mais forte. Ele entrou numa rica cidade egípcia atrás da outra por trapaça (enganosamente), quando o povo realmente pensava que ele estava trazendo paz e segurança. Assim ele foi capaz de fazer o que seu pai não tinha feito conquistar o Egito.
E suscitará a sua força e a sua coragem contra o rei do sul com um grande exército; e o rei do sul se envolverá na guerra com um grande e mui poderoso exército; mas não subsistirá, porque maquinarão projetos contra ele. E os que comerem os seus alimentos o destruirão; e o exército dele será arrasado, e cairão muitos mortos. (Daniel 11:25-26)
O rei do Egito sobe à batalha contra ele com um exército poderoso, mas não resiste. Até mesmo seus amigos (“os que comerem os seus manjares”) ajudaram na sua derrota, dando mau conselho militar.
Também estes dois reis terão o coração atento para fazerem o mal, e a uma mesma mesa falarão a mentira; mas isso não prosperará, porque ainda verá o fim no tempo determinado. (Daniel 11:27)
Os dois reis sentam-se a uma mesa de paz, mas dizem mentiras um ao outro. Contudo, seus reinados durariam de acordo com o cronograma divino, “porque o fim virá no tempo determinado”. Deus tem suas mãos nos controles!
Então tornará para a sua terra com muitos bens, e o seu coração será contra a santa aliança; e fará o que lhe aprouver, e tornará para a sua terra. No tempo determinado tornará a vir em direção do sul; mas não será na última vez como foi na primeira. (Daniel 11:28-29)
Epifânio retornou à Síria levando grande espólio de guerra. Seu coração, contudo, estava contra a aliança santa, que se refere a Israel e sua adoração a Deus.
Porque virão contra ele navios de Quitim, que lhe causarão tristeza; e voltará, e se indignará contra a santa aliança, e fará o que lhe aprouver; voltará e atenderá aos que tiverem abandonado a santa aliança. E braços serão colocados sobre ele, que profanarão o santuário e a fortaleza, e tirarão o sacrifício contínuo, estabelecendo abominação desoladora. (Daniel 11:30-31)
Os navios de Quitim (os romanos) também estavam no Egito. A história diz que os romanos traçaram um círculo na areia e ordenaram a Antíoco que não saísse dele enquanto não retornasse ao lugar donde tinha vindo. Em angústia e amargura, ele retornou e descarregou sua ira em Israel. Nos anos 169 - 167 a.C. Antíoco tomou a cidade de Jerusalém, pilhou o templo, e ordenou que os judeus adorassem o ídolo grego que ele colocou no templo. Ele acabou com os sacrifícios diários e poluiu o altar oferecendo carne suína sobre ele. Proibiu a circuncisão, a observância do sábado, e a posse de cópias da lei.
E aos violadores da aliança ele com lisonjas perverterá, mas o povo que conhece ao seu Deus se tornará forte e fará proezas. (Daniel 11:32)
Alguns poderiam ser enganados para cometer um erro, mas os fortes não cediam a Antíoco e resistiriam a ele, isto se refere aos macabeus.
E os entendidos entre o povo ensinarão a muitos; todavia cairão pela espada, e pelo fogo, e pelo cativeiro, e pelo roubo, por muitos dias. E, caindo eles, serão ajudados com pequeno socorro; mas muitos se ajuntarão a eles com lisonjas. E alguns dos entendidos cairão, para serem provados, purificados, e embranquecidos, até ao fim do tempo, porque será ainda para o tempo determinado. (Daniel 11:33-35)
Grande perseguição contra o povo de Deus separa o restolho do bom. Os fortes se mantiveram com a verdade, mas muitos foram mortos. Isto foi cumprido com os macabeus que começaram em 168 a.C. com a revolta de Matatias, o velho sacerdote, que foi seguido por seus cinco filhos, Antioco IV Epífâneo foi uma figura histórica real, cujo tratamento cruel dos Judeus e profanações do templo são bem documentados; quando os Judeus se rebelaram contra o sumo sacerdote que ele instalou em Jerusalém Antíoco IV enviou um exército para abafar a rebelião (v.30) e proibiu os Judeus de praticarem a sua fé. Ele aboliu os sacrifícios diários no templo (v. 31), rededicou o templo a Júpiter e ofereceu porcos sobre o altar. A adoração forçada a outro deus, depois de suportar ao máximo tudo o que podia, “o povo que conhece ao seu Deus” (Judeus fiéis) revoltou-se (Dn 11:32). Com a hábil liderança de Matatias Macabeu e de seu filho, Judas Macabeu, ele se tornou “forte” em defesa de sua terra e de sua fé.
E este rei fará conforme a sua vontade, e levantar-se-á, e engrandecer-se-á sobre todo deus; e contra o Deus dos deuses falará coisas espantosas, e será próspero, até que a ira se complete; porque aquilo que está determinado será feito. E não terá respeito ao Deus de seus pais, nem terá respeito ao amor das mulheres, nem a deus algum, porque sobre tudo se engrandecerá. Mas em seu lugar honrará a um deus das forças; e a um deus a quem seus pais não conheceram honrará com ouro, e com prata, e com pedras preciosas, e com coisas agradáveis. Com o auxílio de um deus estranho agirá contra as poderosas fortalezas; aos que o reconhecerem multiplicará a honra, e os fará reinar sobre muitos, e repartirá a terra por preço. E, no fim do tempo, o rei do sul lutará com ele, e o rei do norte se levantará contra ele com carros, e com cavaleiros, e com muitos navios; e entrará nas suas terras e as inundará, e passará. E entrará na terra gloriosa [Jerusalém], e muitos países cairão, mas da sua mão escaparão estes: Edom e Moabe, e os chefes dos filhos de Amom. E estenderá a sua mão contra os países, e a terra do Egito não escapará. E apoderar-se-á dos tesouros de ouro e de prata e de todas as coisas preciosas do Egito; e os líbios e os etíopes o seguirão. Mas os rumores do oriente e do norte o espantarão; e sairá com grande furor, para destruir e extirpar a muitos. E armará as tendas do seu palácio entre o mar grande e o monte santo e glorioso; mas chegará ao seu fim, e não haverá quem o socorra. (Daniel 11:36-45)
Estes versículos são os mais dertupados da história, pois isolam os versículos de 36-45, e dizem que será o suposto "anticristo" que será uma "perfiguração de Antíoco IV Epífanes", que surgirá no futuro quando os Judeus forem reconstruir o templo de Salomão no lugar santo, não adianta fugir, o texto esta se tratando do mesmo personagem "Este rei", isto se trata de uma continuação dos versículos anteriores (21-35), é desde o seu surgimento até o seu fim, de fato Antioco IV Epífanes se apoderou do Egito após vencer o rei do Sul Ptolomeu, ele se apodera das riquezas do Pais:
Quando seu reino lhe pareceu bem consolidado, concebeu Antíoco o desejo de possuir o Egito, a fim de reinar sobre dois reinos. Entrou, pois, no Egito com um poderoso exército, com carros, elefantes, cavalos e uma numerosa esquadra. Investiu contra Ptolomeu, rei do Egito, o qual, tomado de pânico, fugiu. Foram muitos os que sucumbiram sob seus golpes. Tornou-se ele senhor das fortalezas do Egito, e apoderou-se das riquezas do país. Após ter derrotado o Egito, pelo ano cento e quarenta e três, regressou Antíoco e atacou Israel, subindo a Jerusalém com um forte exército. Penetrou cheio de orgulho no santuário [templo], tomou o altar de ouro, o candelabro das luzes com todos os seus pertences, a mesa da proposição, os vasos, as alfaias, os turíbulos de ouro, o véu, as coroas, os ornamentos de ouro da fachada, e arrancou as embutiduras. Tomou a prata, o ouro, os vasos preciosos e os tesouros ocultos que encontrou. Arrebatando tudo consigo, regressou à sua terra, após massacrar muitos judeus e pronunciar palavras injuriosas Foi isso um motivo de desolação em extremo para todo o Israel. (I Macabeus 1:16-25)
Biografia: (Antioco IV Epífâneo)
Terceiro filho do rei Antíoco III Magno, e irmão de Seleuco IV, após a derrota do seu pai pelos Romanos na Batalha de Magnésia (189 a.C.), viveu 14 anos como refém em Roma, antes de se tornar rei com o acordo do Senado romano. Entre 171 a.C. e 168 a.C., esteve envolvido na sexta Guerra da Síria contra o Egito, [Reis do Sul] na qual derrotou os reis Ptolomeu VI e Ptolomeu VIII. O seu objectivo era cercar Alexandria, mas foi forçado a recuar por Roma. Após este episódio, Antíoco centrou a sua atenção na Judeia, que procurou helenizar. Durante o reinado do seu pai tinha sido concedida ampla autonomia aos judeus, que se encontravam divididos em dois partidos, um dito "piedoso" e outro que favorecia a helenização. Por razões financeiras, Antíoco apoiou este último partido e permitiu ao sumo sacerdote, Jasão, a construção de um "gymnasium" (instituição para educação de jovens de acordo com os modelos da cultura grega) em Jerusalém. Em 172 a.C. Antíoco aceitou o suborno de Menelau, nomeando-o para o cargo de sumo sacerdote, no lugar de Jasão. Em consequência deste acto, um exército liderado por Jasão apoderou-se de praticamente toda a cidade de Jerusalém em 169 a.C., matando os simpatizantes de Menelau. Em 167 a.C. Antíoco, que regressava de uma campanha ao Egito, conquistou Jerusalém. A cidade perdeu os seus privilégios e passou a ser permanentemente controlada por soldados. Antíoco procurou forçar a helenização deste seu novo território, proibindo o culto judaico. A observância do shabbat e das interdições alimentares, bem como a circuncisão foram proibidas. No Templo de Jerusalém seria instalada uma estátua do deus grego Zeus. O objectivo destas medidas era criar uma uniformidade cultural entre os súbditos do seu reino. Esta situação gerou descontentamento entre os Judeus que eram contra a helenização e que provocaram uma revolta, na qual foram liderados pelo cohen Matatias e seus filhos, os Macabeus, os quais expulsaram as tropas de Antíoco IV de Jerusalém.
Entre esses quatro chifres, surgiu um menor. Deus lhe disse que esse chifre, quando crescesse, faria guerra à sua nação, tomaria Jerusalém, aboliria todas as cerimônias do Templo e durante [mil e duzentos e noventa e seis dias] proibiria que ali se oferecessem sacrifícios.
Depois que Deus lhe manifestou essa visão, explicou-a deste modo: o carneiro significava o império dos medos e dos persas, cujos reis eram representados pelos chifres. O maior era o último deles, porque sobrepujava a todos em riquezas e em poder. O bode significava que viria da Grécia um rei que venceria os persas e se tornaria senhor daquele grande império — o chifre grande significava esse rei. Os quatro chifres pequenos nascidos desse grande chifre e que se dirigiam para as quatro partes do mundo representavam aqueles que depois da morte desse soberano dividiriam entre si esse grande império, embora não fossem nem seus filhos nem seus descendentes. Eles reinariam durante vários anos, e de sua posteridade viria um rei que faria guerra aos judeus, aboliria todas as suas leis e toda a forma de sua república, saquearia o Templo e durante [três anos] proibiria que ali se oferecessem sacrifícios. Isso tudo aconteceu sob o reinado de Antíoco Epifânio.
(Flávio Josefo História das antiguidades judaicas livro 10 capítulo 12)
Autor: Leonardo Soares
Referencias bibliográficas:
Bíblia João Ferreira de Almeida.
Flavio Josefo livro História dos Hebreus.